sexta-feira, 5 de julho de 2013

Aves: Aparelho Reprodutor da Fêmea e Reprodução

Olá Pessoal! Desculpem a demora, mais estou aqui “inaugurando” o Portal dos Bichos com a minha primeira matéria em que, como prometi, falarei sobre minha vivência com meus animais.
Hoje vou falar um pouco de uma garnisé de cor mottle da raça nagasaki que eu tanto queria e consegui! Consegui comprá-la depois de muito procura, só que tinha um detalhe, meu frango da mesma cor estava muito jovem para acasalar. Mais uma informação eu tinha: na casa que ela estava tinha galos reprodutores.
Esta garnisé que nomeei de Sabrina começou a botar na minha casa e todo mundo me falava que podia comer os ovos, que pintinho não sairia por falta de galo apto a reproduzir. Como sou muito teimosa, fui à luta com minhas leituras sobre o aparelho reprodutor da fêmea e reprodução em aves, e é disso que quero compartilhar com vocês, mesmo que para muitos isso seja notícia antiga.
Vamos começar com o aparelho reprodutor da fêmea (no caso da galinha):

Um embrião de galinha possui dois ovários e dois ovidutos e que, logo após a eclosão, o ovário e oviduto direito se atrofiam, e somente o lado esquerdo continua a se desenvolver-se.

O ovário é uma massa esponjosa que contém óvulos em diferentes estágios de desenvolvimento. O oviduto mede de 45 a 75 centímetros de comprimento, e consiste em um canal que inicia como um funil que capta óvulo amadurecido (gema) e leva até a cloaca, passando por várias fases, como: formação da clara, membranas da casca e casca. Este oviduto é constituído por 5 partes: Infundíbulo, Magnum, Istmo, Útero e Vagina.
A gema em desenvolvimento está presa pelo folículo, quando ela atingir a maturidade, o folículo se rompe e a gema cai na primeira parte do oviduto: Infundíbulo, nisso diz-se que ocorreu a ovulação.
O Infundíbulo é uma estrutura tubular de 4 a 10 cm, sendo percorrido pela gema cerca de 15 min. É nele que o espermatozoide penetra o óvulo, devido a ausência de albumina, pois ela impede a fecundação.
Após essa fase, a gema desce para o Magnum, onde recebe cerca de 50% da clara em torno de 2 a 3 horas. O Magnum possui de 20 a 48 cm de comprimento, sendo também uma estrutura tubular de parede mais espessa que a do Infundíbulo.
Logo em seguida o ovo vai para o Istmo, onde recebe as membranas da casca e mais 10% da clara. No Istmo o ovo permanece entre uma hora e uma hora e meia, possui de 4 a 12 cm e uma parede muito grossa, é uma estrutura tubular mais estreita.
Enfim, o ovo chega ao útero, que é onde são formados os restantes 40% da clara e a casca é composta em 20 a 23 horas. O útero possui parede mais fina que a do istmo, mas com forte musculatura, tem de 4 a 12 cm de comprimento e é uma estrutura expandida em forma de saco.
Com a casca completa, o ovo entra na vagina onde fica por 5 a 15 min. e recebe a cutícula que veda as paredes porosas da casca contra a entrada de microorganismos. A vagina tem cerca de 4 a 12 cm de comprimento.
A cloaca não contribui para nada na formação do ovo. Ela é um extremo dilatável e o ovo só estabelece contato com as paredes, pois a vagina se prolapsa no momento da postura para evitar o contato do ovo com as fezes.
Aproximadamente 26 horas percorrem entre a ovulação e a postura do ovo.
Não vou falar sobre o aparelho reprodutor do macho, porque ele não me ajudou muito a saber se os ovos iriam ou não estar fecundados. Agora vamos lá com a reprodução em aves:
O sêmen dos galos contém uma das maiores concentrações de espermatozoides, cerca de 3,5 milhões por milímetro cúbico. O volume do sêmen oscila entre 0,5cc* a 1,1cc* em cada ejaculação.
O mínimo de 100 milhões de espermatozoides é preciso para boas condições de fertilização, mesmo que só um espermatozoide vá penetrar no óvulo.
O número de acasalamento por dia afeta o volume de sêmen produzido e a concentração de espermatozoides. O número de acasalamentos que um galo pode realizar varia entre 25 a 41 vezes.
O poder fertilizante desses espermatozoides após penetrarem na vagina é de até 30 dias. Isso acontece porque uma porção dos espermatozoides que estão na vagina entra nos pequenos túbulos que se localizam na junção uterovaginal, formando os chamados “ninhos de espermatozoides”, que ai são armazenados e liberados em torno de 10% por dia e se dirigem ao Infundíbulo, onde ocorrerá a fertilização de um óvulo.
Existem dois significados práticos quanto à viabilidade dos espermatozoides dentro desses túbulos da junção uterovaginal: 1º) a galinha acasalada um galo permanece botando ovos férteis por até 30 dias – e foi o que aconteceu com a Sabrina – e; 2º) quando for trocar de galo, é preciso esperar mais 30 dias para colocar a galinha com o novo parceiro.
É aí que a curiosidade aumentou em colocar os ovos que a Sabrina botou para chocar. Ela botou 5 ovos (botava um dia sim e outro não) e entrou em choco, depois dos 20 dias começaram a nascer os pintinhos e, detalhe, nasceram os cinco! Mas infelizmente um morreu antes mesmo dela sair com eles do ninho, aparentemente Sabrina pisou nele.
Taí, agora quem quiser “emprestar” a galinha para obter pintinhos de cores diferentes não precisa esperar ela botar todos os ovos para leva-la para casa, mas tome cuidado com o seu galo reprodutor!

* cc - centímetro cúbico

BIBLIOGRAFIA
Avicultura: tudo sobre raças, manejo e nutrição / Sérgio Inácio Englert. – 7º ed. Atual. – Guaíba: Agropecuária, 1998.
O Garnisé: criação, raças, doenças, vacinação / David Pereira Neves, Nelson Rodrigo da Silva Martins – São Paulo: Novo Conceito Editora, 2008.
Texto: REPRODUÇÃO NAS AVES DOMÉSTICAS (MORAES, I.A)


Abaixo uma imagem do aparelho reprodutor da galinha e uma foto da Sabrina com seus pintinhos.


Imagem retirada de <http://ovooalimentoperfeito.blogspot.com.br/2010/09/formacao-do-ovo-anatomia-do-sistema.html>


Foto tirada por Letícia Prado




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